O político Zé Dirceu acusou que as Forças Armadas orquestraram a invasão aos prédios dos Três Poderes, em Brasília, como um suposto “ensaio” para um “golpe”. A declaração foi dada em entrevista ao canal ‘Opera Mundi’.
“É evidente que há setores ou mesmo comando das Forças Armadas por detrás disso. É muito mais grave do que parece. Não é uma arruaça, não são vândalos. É uma tentativa de golpe de estado que pode ter sido um ensaio geral para ver qual é a nossa capacidade de resistência”, disse.
De acordo com Dirceu, é preciso aparelhar e retirar poderes e privilégios dos militares para ter maior controle sobre as Forças Armadas e aniquilar qualquer possibilidade de insurreição contra o governo.
“Serviço militar obrigatório ou Exército profissional? O Exército vai se concentrar nas suas funções específicas militares ou vai assumir uma série de tarefas civis? As Forças Armadas não deveriam ter poder de polícia sobre os rios, mares e fronteiras […] O que nós queremos? É preciso debater publicamente o papel das Forças Armadas. Eles têm hospitais próprios, educação própria, justiça própria, um sistema previdenciário único […] Seus salários foram dobrados e ainda tem uma série de privilégios que o Bolsonaro foi acrescentando”, afirmou.
Segundo Dirceu, os militares devem “voltar para os quartéis” e deixar as estruturas do governo. “Já dei minha opinião sobre GSI, nem vou falar sobre Abin, sobre o comando do GSI… porque é evidente que não pode e tem mais um problema, nós temos três serviços de inteligência no país, que são Marinha, Aeronáutica e Exército, que são os únicos que existem de fato no país”, disse.
Redação
‘Operação Ulysses’: PF cumprem mandados contra manifestantes de ato em Brasília
A Polícia Federal deflagrou, nesta segunda-feira (16), uma operação em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, contra manifestantes de atos após o segundo turno das eleições e naqueles que culminaram na invasão às sedes dos três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro.
A operação, chamada de Ulysses, visa cumprir cinco mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária de pessoas suspeitas de liderarem bloqueios de rodovias que passam pela cidade.
Os suspeitos são investigados por associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais.
Os investigadores trabalham também para apurar a organização das manifestações em frente aos quartéis do Exército em Campos dos Goytacazes, bem como a participação dos investigados na organização e financiamento dos atos terroristas que levaram à invasão das sedes dos três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro.
“Durante a investigação, foi possível colher elementos de prova capazes de vincular os investigados na organização e liderança dos eventos. Além disso, com o cumprimento hoje dos mandados judiciais, será possível identificar eventuais outros partícipes/coautores na empreitada criminosa.”, diz comunicado da Polícia Federal.
Lula proíbe entrada de celulares de ministros em seu gabinete; saiba motivo
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proibiu a entrada de ministros do seu governo com celular em seu gabinete. O chefe do Executivo nacional é avesso a este tipo de tecnologia, não tem celular próprio e é um forte resistente a usar ferramentas como WhatsApp e Telegram. Quando precisa falar com alguém à distância, opta por celulares de terceiros ou telefone fixo.
Para entrar qualquer ministro ou outra autoridade entrar, é necessário deixar o celular na antessala. É proibido conversar com Lula usando celular. Seu gabinete fica no terceiro andar do Palácio do Planalto.
Devido à proibição, auxiliares que se reúnem com o presidente no gabinete do Planalto costumam levar impressos documentos que apresentarão a Lula. As informações são do site Metrópoles.
A proibição também valeu na reunião ministerial de Lula, que aconteceu no último dia 6 dejaneiro. Interlocutores dizem que, além de evitar gravações indesejadas, Lula veta celulares nesses encontros para evitar que seus auxiliares se distraiam.
Butantan investe meio milhão de reais em advogados para processar imprensa
Um contrato sem licitação foi assinado por parte da Fundação Butantan junto a um escritório de advocacia como método para processar veículos de imprensa que geraram prejuízo à instituição. Além disso, a proposta é minimizar o “prejuízo à honra e à imagem pessoal” do presidente da instituição, Dimas Covas. A informação foi divulgada pelo portal Folha de São Paulo.
Firmado pelo próprio Covas em 22 de dezembro do ano passado com o escritório Manssur Sociedade de Advogados, o documento acumula o valor de R$ 500 mil, além de uma “taxa de sucesso” de 15% em cima do valor de indenizações eventualmente garantidas.
Acima de tudo, a dispensa de licitação foi aceita pelo diretor-jurídico do Butantan, Paulo Capelotto, baseado na justificativa de que o escritório acumula “experiência prévia em causas relacionadas a direito de resposta e direito de imagem”.
O ponto de estopim para que essa medida acontecesse foi a publicação da Folha de São Paulo de reportagens apontando suspeitas de irregularidades na Fundação, a exemplo do possível superfaturamento de R$ 161 milhões em contrato feito sem licitação com uma empresa de software, investigado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
“No final de 2022, contra a Fundação Butantan e alguns colaboradores incumbidos de sua gestão foram veiculadas, em meios jornalísticos de ampla divulgação, notícias destinadas a manchar tanto a imagem da instituição como a de alguns de seus gestores perante o público em geral”, aponta o diretor jurídico.
Com direcionamento visível, a proposta ainda aponta o “ajuizamento das ações judiciais cabíveis, em todas as áreas, incluindo administrativa, criminal, trabalhista, cível e demais providências necessárias, diante da publicação de matérias jornalísticas, impressas e on-line pelo jornal Folha de S. Paulo, demais veículos de comunicação e redes sociais (a serem identificados) considerando todas as consequências e repercussão”.
De modo geral, Dimas Covas conquistou aparição durante a pandemia, sobretudo no fornecimento da primeira vacina contra a Covid-19 no Brasil por parte do Instituto Butantan. Nesse sentido, a Fundação é uma entidade privada que serve como braço operacional e administrativo do Instituto, que é vinculado ao governo estadual.
Maduro conversa com Lula e pede criação de bloco político latino aliado à Rússia e China
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sugeriu em discurso na Assembleia Nacional do país a formação de um “bloco político” de países latinos. Ele disse ter mencionado o tema em telefonema com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com os presidentes de Argentina e Colômbia, Alberto Fernández e Gustavo Petro.
Maduro disse ainda que o “bloco” deve “convidar o mundo à integração e construção de novos polos de poder”, com aliança com os presidentes da China e Rússia, Xi Jinping e Vladimir Putin — a quem chamou de “irmãos maiores”, que funcionam em regime comunista.
“Eu estava conversando com o presidente Lula da Silva por telefone outro dia. Eu falei pessoalmente com Gustavo Petro e Alberto Fernández. Está chegando um momento novo, um momento especial, para juntar os esforços e caminhos do povo da América Latina e Caribe, para avançar na formação de um poderoso bloco de forças políticas”, disse.
O presidente venezuelano encerrou o trecho dizendo que se posiciona à frente da “batalha pela construção desta força independente e soberana”.
O deputado federal Marcelo Freixo (PT-RJ) foi nomeado presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), órgão vinculado ao Ministério do Turismo. O decreto em que designou a nomeação de Freixo foi publicado no Diário Oficial da União, na noite de quinta-feira (12), em edição extra.
Nas redes sociais, Freixo agradeceu o convite ao presidente Lula (PT) e afirmou que a área é “essencial para superarmos a crise e criarmos emprego, o que falta são políticas pública”, escreveu. O novo presidente ainda revelou qual será a sua primeira decisão à frente da pasta.
“O primeiro passo é arrumar a casa. A situação na Embratur é de caos administrativo e ineficiência. Por isso, vamos passar o pente-fino nos contratos para acabar com o desperdício”. “Faremos uma gestão técnica e transparente, retomando o foco em marketing, promoção e apoio à comercialização do Brasil no exterior, com base em inteligência de dados, parcerias com o mercado, investimento em inovação, inserção da agenda de sustentabilidade e ações climáticas”, declarou.
Governo Lula pedirá extradição se Torres não se apresentar até segunda
O governo Lula deve pedir a extradição do ex-ministro Anderson Torres, que está nos Estados Unidos, caso ele não volte ao Brasil até segunda-feira (16). O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, nesta sexta-feira (13).
“Houve anúncio pelo Anderson de que ele iria se apresentar [à Polícia Federal], mas ainda não houve marcação de data. Vamos aguardar até segunda-feira”, disse Dino.
“Caso não se confirme [a vinda de Anderson Torres ao Brasil], vamos deflagrar os procedimentos voltados à extradição, já que há ordem de prisão”, concluiu.
Ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres voltou à chefia da Secretaria de Segurança Pública do DF no dia 2 de janeiro. Ele estava nos Estados Unidos quando bolsonaristas radicais invadiram os prédios dos Três Poderes.
O mandado de prisão contra Torres foi expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), na terça-feira (10) e confirmado pelo plenário da corte.
Marcos do Val (Podemos-ES) disse que vai convocar o ministro da Justiça e Segurança Pública para prestar esclarecimentos sobre os ataques às sedes dos Três Poderes por vândalos no último domingo (8). Aliado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Do Val, que integra a comissão do Senado que fiscaliza os órgãos de inteligência, destacou que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) enviou relatório ao ministério da Justiça com 24h de antecedência sobre as manifestações.
O senador também afirmou à Revista Veja que tentou comunicação com o ministro Flávio Dino por meio de mensagens para alertá-lo, e diz que usará os prints para confrontá-lo quando for convocado para prestar explicações no Senado, após o recesso parlamentar. “A Abin avisou ao presidente da República e ao ministro da Justiça que não seria uma manifestação pacífica. O presidente sabia que as pessoas tinham a intenção de entrar nos prédios para destruir. E ele deixou acontecer por questões políticas, esse é a verdade”, declarou.
“Tomarei posse como senador no dia 1º de fevereiro. Logo, será sempre um prazer conversar com meus colegas senadores, sobre qualquer assunto. Inclusive sobre terroristas e seus aliados, abrangidos ou disfarçados, que querem desviar o foco do real debate para proteger criminosos”, completou.
Flávio Dino negou ao portal UOL que tenha recebido mensagens de Marcos Do Val sobre alertas de ataques. O ministro ressaltou que o senador capixaba enviou mensagens com o intuito de falar sobre a revogação da norma que facilitava o acesso a armas, sem qualquer menção aos atos de vandalismos que viriam a ser praticados por bolsonaristas.
PF já identificou mais de 2 mil pessoas envolvidas nas manifestações em Brasília
Em menos de uma semana de investigação, a Polícia Federal já identificou mais de 2 mil apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que participaram da manifestação do último domingo (8), nas sedes dos Três Poderes – Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. As informações são do portal Metrópoles.
A quantidade de identificados deve crescer consideravelmente nos próximos dias, à medida que estão chegando cruzamentos de diversas bases de dados do governo federal e imagens das câmeras de segurança dos locais depredados pelos terroristas. Com a ação, a PF objetiva localizar e prender todos os envolvidos.