O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou nesta quinta-feira (24) prender preventivamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mesmo após considerar que o político descumpriu medidas cautelares impostas pelo tribunal.
Moraes afirma que, em discurso na Câmara dos Deputados, Bolsonaro voltou a instigar apoiadores contra as medidas impostas pelo Supremo. A replicação da fala do ex-presidente pelo filho Eduardo Bolsonaro (PL) nas redes sociais foi descrita pelo ministro como um “modus operandi ilícito” na tentativa de interferência na Justiça.
“Entretanto, por se tratar de irregularidade isolada, sem notícias de outros descumprimentos até o momento, bem como das acusações da defesa de Jair Messias Bolsonaro da ‘ausência de intenção de fazê-lo, tanto que vem observar rigorosamente as regras de recolhimento impostas’, deixo de converter as medidas cautelares em prisão preventiva”, diz Moraes.
Ministros do STF vieram defender a cautela na avaliação da possibilidade de prisão de Bolsonaro.
Políticos e empresários sinalizaram ao Supremo que os impactos de uma prisão preventiva seriam negativos para o esforço diplomático de protesto o tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros e poderiam tumultuar o processo sobre a trama golpista, na fase final, que pode culminar nas especificações definitivas do ex-presidente.
O sentimento de cautela na corte chegou ao entorno do ex-presidente, e o clima nesta quarta-feira (23) foi de uma temperatura bem abaixo dos dias anteriores. Chegaram a Bolsonaro relatos de conversas de lideranças políticas a magistrados, além de um entendimento de que não há respaldo unânime às ações de Moraes no STF nesta semana.