O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comparou, nesta terça-feira (2), o julgamento ao qual foi réu com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo ele, todos os acusando de envolvimento no núcleo crucial da trama golpista tem presunção de inocência e podem se defender.
Tem um processo, tem os autos, tem delações, tem provas. A pessoa que está sendo acusada tem a presunção de inocência. Ela pode se defender, como eu não pude me defender. Eu não reclamei, não fiquei chorando. Eu fui à luta. Se é inocente, prove que é inocente. Prove que não tem nada a ver com isso e está de bom tamanho”, disse.
A declaração do presidente foi dada à jornalista na saída do velório de Mino Carta, fundador da Carta Capital.
Em sua fala, o presidente não chegou a citar o nome de Bolsonaro, nem dos outros sete acusados, mas afirmou esperar que a justiça seja feita e que o direito dos réus seja preservado. “Desejo para mim e para qualquer inimigo meu apenas o direito à presunção de inocência. Para que o Brasil fique sabendo da verdade e apenas da verdade”.
“As pessoas estão começando a perceber que período nefasto da história brasileira nós vivemos”, concluiu.
Julgamento
Nesta quarta-feira (3), o julgamento dos réus será retomado, com a sustentação da defesa do ex-presidente, que destacará os motivos para a absolvição.
Segundo a denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro é acusado de liderar a “organização criminosa” que tinha o objetivo de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito.