Também aluna da universidade, Tainara Ferreira ressalta como os cortes orçamentários atingem diretamente a comunidade menos favorecida que, assim como ela, lutou para acessar tal espaço.
A Universidade Federal da Bahia (UFBA) está sendo ocupada desde o último dia 5 por estudantes que protestam contra o sucateamento da instituição, que ocorre após cortes orçamentários feitos pelo governo federal com o novo Arcabouço Fiscal.
O movimento, chamado ‘Ocupa UFBA’, ocorre no Campus São Lázaro de forma contrária ao Diretório Central de Estudantes (DCE), que ignora toda a situação atual em que as faculdades públicas se encontram e ainda ataca a manifestação pacífica feita pela ala independente dos estudantes.
Sobre isso, a consultora de relações étnicos-raciais e de gênero, Tainara Ferreira, comentou sobre a real situação crítica da universidade e como isso prejudica diretamente às classes menos favorecidas, que se esforçaram para entrar no ensino superior público e acabam se tornando ‘reféns’ do abandono sem ter grande apoio para mudar isso.
Formada na UFBA – e discente em outra graduação – e criada no bairro do Arenoso, na periferia de Salvador, a especialista ressalta que sabe a dificuldade de acessar esse espaço de conhecimento e pesquisa e critica o movimento de caça e fake news contra os que lutam para que o caso se reverta.
“Tenho propriedade em falar, pois sei perfeitamente como é difícil para nós, que vem das comunidades, de conseguirem ingressar. É um descaso em meio ao ataque feito pelo DCE, agora defensores do sucateamento que está aí, para todo mundo ver. Me solidarizo com os alunos que lutam e estão sofrendo sendo deslegitimados”, pontua.
A ocupação deve encerrar na próxima quinta-feira (12), mas a expectativa é promover outras manifestações com o objetivo de manter a mobilização ativa e, posteriormente, cobrar respostas.