O prefeito de Pedro do Rosário, no Maranhão, Toca Serra (PCdoB), informou ao Sindicato dos Trabalhadores da Administração e do Serviço Público Municipal que não vai pagar os valores retroativos de promoções, progressões e quinquênios devidos a professores e agentes educacionais.
No ofício, ele culpa o impacto de tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, que, segundo ele, afetariam a arrecadação do município.
Segundo informações do Uol, dados do Monitor do Comércio Exterior Brasileiro mostram que a cidade não exportou nenhum produto em 2025, o que coloca em diverge a justificativa do prefeito.
“O presidente Trump determinou tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados ao EUA [sic]. Essa determinação prejudicará extremamente a importação de produtos brasileiros ao EUA, por consequência, a arrecadação de tributos pela União Federal e o repasse para Estados e Municípios”, escreveu.
A justificativa gerou revolta no sindicato, que emitiu uma nota pública.
Segundo o comunicado, a crise da prefeitura não tem relação com sanções internacionais, mas sim com “uma gestão que prioriza outros interesses em detrimento do bem-estar dos trabalhadores e da população”.
A entidade ainda criticou a administração municipal, apontando “a falta de planejamento, a ausência de transparência e o desrespeito aos direitos trabalhistas” como as reais causas dos problemas financeiros da cidade.
Ismael Meireles da Silva, vice-presidente do sindicato, destacou que os retroativos devidos são de 2023 e estão garantidos no plano de cargos e carreiras dos servidores.
“São direitos dos servidores municipais adquiridos em nosso plano de cargos e carreiras, aprovado por meio da lei municipal de Pedro do Rosário”, afirmou.