O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), respondeu nesta segunda-feira (30) às críticas da oposição sobre sua viagem ao exterior durante o São João, período em que não transferiu o comando da prefeitura para a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT). Em discurso durante entrega de unidades habitacionais do programa Morar Melhor, na localidade do Alto da Saldanha, em Brotas, o gestor defendeu sua ausência e atacou adversários ligados ao governo estadual.
“Três dias úteis fora da cidade e todo mundo sentindo minha falta. Todo mundo com saudade do prefeito, mas eu também estava morrendo de saudade de vocês, meus amores. Não se preocupem, fui ao Vaticano participar do jubileu dos governantes, fui conhecer o Papa Leão XIV, convidar ele para vir a Salvador”, afirmou.
O prefeito disse ter arcado com os custos da viagem e atribuiu as críticas ao desempenho eleitoral da oposição. “Fui orar por vocês, por todo mundo, para abençoar nossa cidade. Afinal de contas, meus amigos, quase 80% dos votos incomoda muita gente. Tem muita gente aí até hoje sem dormir com a chapuletada que tomou, e aí ficam botando cabelo em ovo. Agora tem mais: a gente viaja com o meu dinheiro, não é com dinheiro público”, afirmou.
Bruno também direcionou críticas a membros da base governista estadual, mencionando o uso de recursos públicos durante o período junino. “O que eu vi nesse São João: bocado de gente subindo e descendo de avião, indo para tudo que é cidade, cheio de segurança, cheio de carro oficial, tudo custeado pelo povo, dinheiro público, e que não contribui nada para o progresso e desenvolvimento da Bahia”, disse. “Antes de falar da vida dos outros, é bom tomar conta da sua. Porque se tem uma coisa que esse prefeito aqui não faz é escutar calado.”
Oposição cobra esclarecimentos do prefeito por viagem ao exterior
A ausência do prefeito foi questionada por parlamentares da oposição na Câmara Municipal. A vereadora Aladilce Souza (PcdoB) afirmou que, mesmo em viagens de curta duração, é recomendável que haja comunicação oficial do afastamento do gestor.
“Se o prefeito optou por viajar para o exterior e não poderia comparecer aos eventos oficiais, como os do São João da capital, ou lidar com demandas administrativas urgentes, o mínimo seria ter informado a Câmara com um simples ofício e transferido a função à vice-prefeita, com a responsabilidade formal de manter a cidade representada institucionalmente, como manda a Constituição”, disse Aladilce.