O desejo do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de controlar as entrevistas que são dadas pelos diretores da institução gerou mais um ponto de colisão com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista indicou Gabriel Galípolo para cargo de diretoria, que já se manifestou publicamente contra a alta taxa de juros.
Segundo a jornalista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, um documento divulgado internamente foi visto como uma forma de calar Galípolo e sua posição alinhada à do governo. O comunicado afirma que os “assuntos afetos à comunicação com os órgãos de imprensa fiquem subordinados diretamente ao presidente do BC”.
O documento chegou a ser discutido entre os técnicos do banco, que entenderam que os diretores da instituição possuem, por força de lei, autonomia para falar de forma independente com a imprensa. Por outro lado, a visão de Campos Neto é de que declarações conflitantes poderiam expor um racha no BC.