Com a conclusão de novos julgamentos relativos ao 8 de janeiro, dois baianos fazem parte da lista de 71 réus condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento nos atos golpistas contra os Três Poderes, realizados no início de 2023 em Brasília, cerca de uma semana após a posse do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT). São eles Edilson Pereira da Silva, 35 anos, e Matheus Fernandes Bomfim, 44 anos.
Ambos fizeram parte da lista de 67 baianos presos por ligação com os atos, sob acusação de participar ou financiar ataques contra a democracia, e receberam a pena máxima estabelecida pelo STF na leva de julgamentos concluída no último dia 9 de fevereiro: 16 anos e 6 meses de prisão, a serem cumpridos inicialmente em regime fechado.
Tanto Silva quanto Bomfim foram condenados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A maioria do Supremo acompanhou o entendimento do relator dos casos originados do 8 de janeiro, ministro Alexandre de Moraes.
Em seu voto, Moraes defendeu que, ao pedir intervenção militar, o grupo do qual os baianos faziam parte tinha intenção de derrubar o governo eleito em 2022 de forma democrática. Destacou ainda que, para a Procuradoria-Geral da República (PGR), os acusados deveriam ser enquadrados por crime de autoria coletiva, no qual todos contribuíram conjuntamente para a concretização dos atos golpistas.