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Protestos da esquerda superam atos bolsonaristas nas redes sociais

por Redação

Os protestos convocados pela esquerda em diversas cidades do Brasil no domingo, 21, contra a PEC da Blindagem e o projeto de lei da anistia, superaram os atos realizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no dia 7 de setembro.

De acordo com o monitoramento em mais de 100 mil grupos públicos de WhatsApp feito em tempo real pela agência Palver, foi possível identificar que até as 18h do dia 21, a cada 100 mil mensagens trocadas, cerca de 865 faziam referência às convocações e aos comentários sobre o protesto do dia 21, contra 724 durante as mobilizações da direita duas semanas antes.

O principal impulso para esse crescimento foi o avanço da PEC da Blindagem, interpretada em grupos menos politizados como um avanço da impunidade, com termos como bandidagem e corrupção circulando amplamente nas mensagens. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo.

Apesar de a maior parte das críticas à PEC da Blindagem se concentrar em figuras do centrão e da direita, como o presidente da câmara Hugo Motta (Republicanos-PB) e Nikolas Ferreira PL-MG), o monitoramento no WhatsApp mostrou que as mobilizações não tiveram protagonismo de lideranças petistas.

Críticas a deputados como Jilmar Tatto e Kiko Celeguim representaram cerca de 10% de todos os ataques em reação à votação. .

Mudança
Até o fim do dia 18, a pauta da anistia e da blindagem no WhatsApp esteve sob domínio da direita, com mensagens favoráveis à anistia e em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro representando entre 70% e 90% do total sobre o tema.

A partir dessa data, contudo, o equilíbrio começou a mudar: as críticas à anistia cresceram, empataram o debate e chegaram a superar o campo bolsonarista, alcançando cerca de 60% de mensagens contrárias no momento de maior engajamento da esquerda.

Mesmo atingindo um pico de engajamento, os números deixam claro o desequilíbrio de forças: mesmo em seu auge, a esquerda alcançou apenas cerca de 60% das mensagens, enquanto a direita bolsonarista mantém um fluxo constante e majoritário, raramente abaixo desse patamar.

Na avaliação dos especialistas da Palver, o dado mais significativo, porém, é que mesmo sem o protagonismo de figuras do governo ou do PT nas convocações —a mobilização de redes gerou um engajamento fora do comum, revelando um anseio popular genuíno contra a blindagem, capaz de se sobrepor, ainda que temporariamente, ao domínio bolsonarista no WhatsApp.

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