O Banco Central (BC) rejeitou nesta quarta-feira (3) a aquisição do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), operação que vinha sendo analisada desde março e dependia apenas da autorização final da autoridade monetária.
As instituições já foram notificadas da decisão, e o BRB comunicou o fato ao mercado, afirmando que solicitará acesso aos fundamentos técnicos do indeferimento. O Master e o BC ainda não se manifestaram.
No documento, o BRB também afirmou que, diante do indeferimento por parte do BC, o contrato fechado entre os bancos será rescindido de acordo com os seus termos e condições. O banco diz que seguirá mantendo seus acionistas informados sobre os próximos passos após a rescisão.
O Banco Master disse em nota que aguarda ter acesso à íntegra do documento para avaliar seus fundamentos e examinar as alternativas cabíveis sobre a decisão do Banco Central a respeito da negociação com o BRB. “O banco continua confiante na sua estratégia e na sua operação, que fizeram com que se destacasse num mercado altamente concentrado”, avalia.
Uma fonte próxima ao BRB disse à Reuters que o banco avalia os próximos passos e que vai procurar mitigar os eventuais riscos identificados pelo BC.
Anunciada em 28 de março, a operação previa a compra de 58% do Master, incluindo 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais, pela instituição controlada pelo governo do Distrito Federal.
A análise do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) já havia sido concluída em junho, com aprovação sem restrições, uma vez que a participação conjunta das instituições no mercado não ultrapassaria 20%.
Um dia depois da manifestação do Cade, o BC aprovou aumento de R$ 1 bilhão no capital do Master, para R$ 3,76 bilhões, no que parecia ser até então mais um avanço envolvendo o acordo pela aquisição do banco.
O Banco Central vinha avaliando se o BRB, controlado pelo governo do Distrito Federal, tinha capacidade suficiente para suportar a nova estrutura de capital.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, havia dito em julho que o BC estava analisando a viabilidade da operação, e não a conveniência da aquisição dos ativos pelo BRB.