Líderes do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) recebiam dinheiro extra sempre que um aposentado tinha descontos no benefício do INSS feitos pela entidade.
Segundo o site Metrópoles, esses pagamentos somaram pelo menos R$ 4,1 milhões. O caso, conhecido como “Farra do INSS”, está sendo investigado.
Entre as pessoas que recebiam essas comissões estão a esposa do presidente do sindicato, Milton “Cavalo” Baptista de Souza, e o marido da diretora jurídica, Tonia Andrea Inocentini Galleti.
Tonia é amiga do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi e participava do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS).
Ela também ajudou na equipe de transição do governo Lula em 2022, tratando de assuntos da previdência. Tonia é filha de João Batista Inocentini, ex-presidente do Sindnapi, que faleceu em 2023.
A empresa que gerenciava esses descontos, chamada Gestora Eficiente LTDA, fica em um prédio comercial no bairro da Liberdade, em São Paulo.
Hoje, os donos são Pamela Silva Grecco e Carlos Afonso Galleti Junior, marido de Tonia. A esposa de Milton, Daugliesi Giacomasi Souza, também foi sócia da empresa até junho de 2024.
O Sindnapi, que tem sede em São Paulo e é ligado à Força Sindical, tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão mais velho do presidente Lula.
O sindicato está sendo investigado pela Polícia Federal na Operação Sem Desconto, iniciada em abril deste ano, após reportagens do Metrópoles sobre a “Farra do INSS”.
Documentos mostram que a Gestora Eficiente recebeu pelo menos R$ 4,1 milhões entre 2020 e 2023, vindos do sindicato, do banco Bmg e da seguradora Generali, que tinha ligação com o banco.
Esse valor pode ser maior, já que faltam algumas notas fiscais e outras estão difíceis de ler.