A presidente da Assembleia Legislativa, deputada Ivana Bastos, reafirmou o compromisso “inabalável” do Parlamento da Bahia em defesa da soberania nacional e da ordem democrática. Através de moção, ela também exigiu respeito à diplomacia brasileira “diante de recentes ataques à integridade institucional do país e de tentativas externas de interferência nos rumos da nossa economia e autodeterminação”.
No documento, a chefe do Legislativo estadual acrescentou que a “a ALBA se posiciona com firmeza, em nome do povo baiano, contra qualquer forma de subjugação ou afronta à nossa independência”. Para ilustrar sua argumentação, a parlamentar recorreu ao jurista Ruy Barbosa. “Toda a vez que um governo esmaga um princípio, a troco de um interesse, ou de um desabafo, semeia com isso um gérmen de anarquia, que não tardará em brotar dificuldades, ou crimes contra a ordem política, ou social”.
Do ponto de vista institucional, a primeira presidente da casa em 190 de história afirmou que “há momentos em que o silêncio das instituições pesa mais do que a injustiça cometida. E é nesses instantes que o Parlamento, em nome do povo, não pode calar, deve erguer-se com a firmeza de quem sabe que sua missão é conter, com lucidez e coragem, qualquer avanço contra os princípios da República”.
De acordo com Ivana Bastos, “a Nação se viu interpelada por acontecimentos que atingem interesses materiais, valores simbólicos e institucionais”. Ela destacou que, em momentos desta magnitude, “não há espaços para disputas menores”. No seu entendimento, “as diferenças ideológicas e partidárias devem ceder lugar à defesa intransigente da Pátria, da legalidade e da dignidade do povo brasileiro”.
Além da moção, a presidente da ALBA lançou, na sexta-feira, dia (11), uma nota pública criticando o posicionamento do governo dos EUA. “A Assembleia Legislativa da Bahia, sob o peso de sua história e sob a luz da responsabilidade institucional, vem a público manifestar repúdio à carta enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao chefe de Estado brasileiro, bem como às ameaças de tarifas sobre produtos nacionais, em flagrante desrespeito às normas internacionais de comércio e à convivência harmônica entre as nações”.
De modo veemente, ela condenou também as tarifas prometidas contra produtos brasileiros. De acordo com Ivana Bastos, “não são simples decisões comerciais; são tentativas de subjugação econômica e simbólica. Afetam diretamente setores estratégicos da economia baiana, ameaçando milhares de empregos, investimentos e o sustento de famílias inteiras. A Bahia não tolera tal violência”.
Antes de fazer um histórico sobre as raízes da política externa brasileira, a deputada afirmou que “não se negocia com arrogância aquilo que nos pertence por direito: a liberdade de decidir os rumos do próprio destino. Tampouco se aceita, com resignação colonial, a imposição velada de interesses estrangeiros que ferem nossa economia e insultam nossa diplomacia”.
Por fim, a parlamentar falou sobre a história da Bahia nos momentos decisivos do país. “Que fique registrado, com tinta firme, nos anais da República: o Brasil não será intimidado. E a Bahia, sempre à frente nas lutas que moldaram esta Nação, do 2 de Julho à resistência contemporânea, jamais será omissa diante de qualquer tentativa de ataque à sua dignidade”.