Pela 1ª vez, avaliação negativa do governo Lula supera aprovação, diz pesquisa Quaest

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa a segunda metade do mandato com uma piora na avaliação do governo. Pela primeira vez nesta gestão, a desaprovação supera a aprovação e chega a quase metade da população (49%), segundo pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira (27). A percepção negativa sobre a administração foi de 31% em dezembro para 37% e é maior do que a positiva, que caiu de 33% para 31%. A regular passou de 34% para 28%.

Lula registra o pior resultado de seu terceiro mandato segundo as pesquisas Quaest feitas desde fevereiro de 2023. O preço dos alimentos pode dar uma pista sobre essa percepção: 83% afirmaram que houve aumento no último mês.

Mesmo na região Nordeste, onde o presidente tem sua melhor avaliação, a percepção positiva caiu de 48% em dezembro para 37% agora. A avaliação negativa cresceu em todas as regiões do país, em todos os recortes — renda, escolaridade, gênero, idade, raça e religião — e entre aqueles que votaram em Lula no segundo turno de 2022.

Quando começou a gestão, em 2023, a avaliação positiva era de 40% e a negativa, de 20%, em fevereiro. A percepção positiva chegou a 42% em agosto de 2023. Há cerca de um ano, em fevereiro de 2024, a avaliação positiva era maior (35%) do que agora, a regular era de 28% e a negativa era menor do que a atual, de 34%,

A pesquisa quantitativa foi feita entre os dias 23 e 26 de janeiro, tem margem de erro estimada em um ponto percentual, nível de confiança de 95% e entrevistou 4.500 pessoas.

Aprovação
Quase metade da população (49%) desaprova a gestão Lula e 47% aprovam. É a primeira vez desde fevereiro de 2023, quando foi feita a primeira pesquisa nessa na atual administração federal, que a desaprovação é maior do que a aprovação.

Em dezembro, a aprovação era de 52% e a desaprovação, 47%.

Os maiores percentuais de aprovação do governo estão entre os moradores da região Nordeste (60% aprovam e 37% desaprovam) e aqueles que ganha até dois salários mínimos (56% aprovam e 39% desaprovam).

A pior percepção está entre os evangélicos (59% desaprovam e 37% aprovam), quem ganha mais de cinco salários mínimos (59% desaprovam e 39% aprovam) e os moradores da região Sul (59% desaprovam e 39% aprovam).

Em quase todos os recortes — renda, escolaridade, faixa etária, região em que mora, cor ou raça e religião — a aprovação caiu em relação às pesquisas anteriores.

Lula começou seu terceiro mandato com 56% de aprovação e 28% de desaprovação, em fevereiro de 2023. Em agosto daquele ano, chegou a 60% de aprovação e 35% de desaprovação e terminou 2023 com 54% da população dizendo que aprova o governo e 43% que desaprova. No ano passado, a gestão tinha em fevereiro 51% de aprovação e 46% de desaprovação.

Economia
A percepção sobre a economia não tem sido boa. Para 39%, a economia do país piorou (eram 40% em dezembro), está regular para 32% (eram 30%) e para 25%, melhorou (eram 27%).

O preço dos alimentos pode ter influência sobre essa percepção: 83% disseram que o preço dos alimentos nos mercados aumentou no último mês. Para 57%, teve aumento no preço do combustível e 62% apontaram aumento nas contas de água e luz.

Direção errada
Para metade da população (50%), o país está indo na direção errada e 39% avaliam que está no caminho certo. Em dezembro, 46% achavam que estava no rumo errado e 43% no caminho certo.

Em relação às promessas de campanha, 65% acham que Lula não tem conseguido fazer aquilo que prometeu e 30% acreditam que ele tem conseguido.

Os entrevistados foram questionados se acham que Lula é bem intencionado e o resultado foi quase um empate: 47% acham que o presidente é bem intencionado e 46%, que não é.

A comunicação do governo não tem sido bem vista pelos entrevistados e 53% disseram que avaliam como negativa, 23% como regular e 18% como positiva.

A população disse ter visto mais notícias negativas do que positivas sobre o governo, segundo a pesquisa: 43% disseram ver mais notícias negativas, 28% notícias positivas e 25% afirmaram que não têm ouvido notícias.

Em relação à polêmica envolvendo o Pix, 66% disseram que o governo mais errou do que acertou e 19% acreditam que a administração acertou mais do que errou. Perguntados sobre a proposta de mudar a validade dos alimentos, 63% disseram ser contra e 22% a favor.

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