Lula ignora morte de Nana Caymmi e escritor se revolta

Diferente do seu rival político, Jair Bolsonaro (PL), o presidente Lula (PT) ignorou a morte da cantora Nana Caymmi. O silêncio do petista sobre o óbito da considerada ícone da Música Popular Brasileira (MPB) gerou revolta ao jornalista e biógrafo, Ruy Castro.

O comunicador, que já escreveu a biografia da cantora Carmen Miranda (1909-1955), disse: “se Lula continuar em silêncio, aí, sim, estará deixando para Bolsonaro essa grande artista brasileira”. A declaração foi dada à coluna Ancelmo Gois, do jornal O Globo.

Um dos motivos para que o petista não tenha se manifestado sobre a morte da filha de Dorival deve-se a posição política dela. Em 2018, a artista revelou que votou em Bolsonaro e o defendeu das críticas dos colegas. Além disso, ela era crítica a Lula.

“É injusto não dar a esse homem um crédito de confiança. Um homem que estava fodido, esfaqueado, correndo pra fazer um ministério, sem noção da mutreta toda… Só de tirar PMDB e PT já é uma garantia de que a vida vai melhorar”, afirmou na ocasião ao jornal Folha de S.Paulo.

Para o biógrafo, contudo, a quietude de Lula perante a despedida da fúnebre da cantora deve ser analisada como um erro. “Para Nana, Bolsonaro e Cacareco eram a mesma coisa”.

Bolsonaro lamenta morte
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para lamentar a morte da cantora Nana Caymmi, um dia após a passagem da artista, aos 84 anos.

“Nana carregava em sua arte a força de uma linhagem que sempre engrandeceu a cultura brasileira”, escreveu o ex-mandatário, que esteve internado por três semanas no Hospital DF Star, em Brasília.

No X (antigo Twitter), o político também prestou solidariedade aos familiares e amigos da cantora, que já demonstrou apoio ao rival do presidente Lula (PT).

Morte de Nana Caymmi

Uma das vozes marcantes do MPB, Nana Caymmi morreu na última quinta-feira, 1°, aos 84 anos. Ela estava internada no Rio de Janeiro há nove meses, após ser hospitalizada com uma arritmia cardíaca.

Nana enfrentava complicações de saúde agravadas por uma osteomielite e uma overdose de opioides.

Nascida no Rio de Janeiro em 29 de abril de 1941, Dinahir Tostes Caymmi, como foi batizada, herdou da linhagem familiar o talento que atravessou gerações da música brasileira. Ao lado dos irmãos Danilo e Dori Caymmi, construiu uma carreira sólida, marcada por uma profunda fidelidade à MPB.

A cerimônia de despedida foi realizada no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro, e vai até meio-dia. O enterro da artista aconteceu às 14h, no Cemitério São João Batista.

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