Lula diz no STF que golpismo é resultado de descrença na política

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu em entrevista coletiva, em Brasília, a independência entre os Poderes e disse que não cabe ao presidente da República interferir na definição do comando para a Câmara e o Senado a partir de 2023 | Sérgio Lima/Poder360 08.out.2021

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã desta quarta-feira (1) que os atos terroristas ocorridos em 8 de janeiro são resultado da descrença na política brasileira. A declaração ocorreu durante a abertura do Ano Judiciário no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Nunca mais alguém deve ousar duvidar da política desse país ou desacreditar da política. O que aconteceu nesse país foi resultado da descrença na política pelo povo brasileiro, seja no Congresso, seja no Executivo, seja em todos os lugares”, apontou. O presidente ainda pregou que “pode-se não gostar do Congresso”, mas que é necessário “respeitar e só mudar quatro anos depois quando tiver uma próxima eleição”.

“O que temos que ter consciência é que pode-se não gostar do Congresso, mas ele é o resultado da quantidade de informações do humor no dia da votação. Portanto, temos que respeitar e só mudar quatro anos depois quando tiver uma próxima eleição. É assim que a gente vai sustentar definitivamente a democracia mais longínqua que conseguimos conquistar na República Federativa do Brasil”, completou.

Lula também destacou a atuação de ministros da Corte citando importantes conquistas democráticas votadas na Casa, como a Lei de Cotas no acesso a universidades e a união estável entre pessoas homoafetivas. O petista destacou ainda os ataques a magistrados pelas decisões tomadas, mas que levam em conta debates na sociedade e passam por julgamento coletivo.

“Uma democracia para poucos jamais será uma verdadeira democracia. O STF, guardião da Constituição e dos Direitos Fundamentais, é também guardião da dignidade de cada brasieliro e um ator fundamental na luta contra desigualdades onde elas se manifestem. Foi nesse sentido que a Corte decidiu pela constitucionalidade da Lei de Cotas no acesso a universidades, na titulação de terras quilombolas, da união estável entre pessoas homoafetivas, pesquisas com células tronco e da homologação da Raposa Serra do Sol”.

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