Elmar e Brito oferecem ao PT 1ª vice-presidência em troca de apoio

Os pré-candidatos à presidência da Câmara, Antonio Brito (PSD) e Elmar Nascimento (União Brasil) ofereceram ao PT a primeira vice-presidência da Casa em troca do apoio da bancada. As informações são da CNN.

Com 68 deputados, o PT tem a segunda maior bancada da casa e é considerado por Elmar e Brito como o fiel da balança para a sucessão de Arthur Lira. Ainda mais se considerar que a Federação PT-PcdoB-PV tem 80 deputados e vota em bloco. A eleição ocorre só em fevereiro.

A estratégia de Brito e Elmar é tentar atrair o apoio do PT e evitar que o partido apoie Hugo Motta (Republicanos), o candidato de Lira.

Além de oferecer o cargo ao PT, Eos parlamentares baianos também sinalizaram aos petistas que não irão avançar com o projeto de lei de anistia que pode vir a beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foi o União Brasil de Elmar que travou na Comissão de Constituição e Justiça na semana passada o avanço da proposta que anistia investigados pelo 8 de janeiro e que pode abrir brecha para, durante a tramitação, anistiar Bolsonaro também.

A anistia é uma pré-condição do apoio do PL, partido de Bolsonaro e que tem a maior bancada da Câmara (91 deputados), a qualquer candidato.

Até o lançamento da candidatura de Motta, Elmar e Brito haviam sinalizado ao PL que pautariam a anistia. Mas isso mudou a partir do momento em que Lira manifestou apoio a Motta e o tornou o favorito na disputa.

Elmar e Brito mantiveram suas candidaturas e fizeram um pacto, quem for ao segundo turno terá o apoio do outro. E passaram a tentar construir um bloco mais alinhado à agenda do PT e do Palácio do Planalto.

A leitura é de que a única chance de o partido de Lula ocupar um posto de destaque na Mesa Diretora é apoiando um dos dois, uma vez que no bloco de Motta o PL, por ter maior bancada do que a do PT, tem a preferência na escolha dos cargos. O princípio vale para o projeto da anistia: sem o apoio formal do PL, Brito e Elmar não terão qualquer compromisso em pautar a proposta.

Elmar e Brito têm dito a interlocutores que sua situação é parecida com a de Rodrigo Maia, na qual a esquerda decidiu o segundo turno. Justamente em razão disso, passaram a fazer os acenos de que serão eles, e não Motta, que trarão estabilidade política ao governo Lula na segunda metade de seu governo.

Elmar disse a Lula, por exemplo, na semana passada, que a aliança entre ele e Brito (União Brasil e PSD) representam mais a base do governo, com 180 votos, do que a candidatura de Motta (PP e Republicanos). Todos esses partidos têm ministérios na Esplanada. E que a candidatura Motta tem como eixo a trinca de partidos que deu sustentação política a Bolsonaro: PP, Republicanos e o próprio PL. Logo, a esquerda apoiar Motta seria apoiar o grupo que esteve com Bolsonaro. Além disso, foi lembrada a ligação de Motta com Eduardo Cunha, artífice da queda de Dilma Rousseff.

Related posts

Cardeal da Silva celebra 63 anos com grandes nomes da música neste final de semana

Servo corta trecho: Mesmo durante o recesso parlamentar, Samuel Júnior cruza a Bahia para ouvir lideranças e comunidades

Luciano Pinheiro parabeniza Lauro de Freitas e destaca importância do município para a Bahia