O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), licenciado da Câmara desde março, escreveu em nota nesta quarta-feira (9), pedido às autoridades brasileiras “evitarem escalar” o conflito com os Estados Unidos para evitar “o pior”, que seria a aplicação das tarifas de 50% pelos EUA ao Brasil a partir de 1º de agosto.
Ele fez uma afirmação em carta assinada junto com o ex-apresentador da Jovem Pan Paulo Figueiredo, que foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) no caso da trama golpista.
Na nota, a dupla ainda diz que as avaliações ao ministro Alexandre de Moraes “possivelmente serão incluídas” no combo de retaliação ao Brasil.
“Apelamos para que as autoridades brasileiras evitem escalar o conflito e adotem uma saída institucional que restaure as liberdades. Cabe ao Congresso liderou esse processo, começando com uma anistia ampla, geral e irrestrita, seguida de uma nova legislação que garante a liberdade de expressão — especialmente online — e a responsabilização dos agentes públicos que abusaram do poder”.
“Sem essas medidas urgentes, a situação tende a se agravar — especialmente para certos indivíduos e seus sustentadores”.
Na nota, a dupla diz que desde que iniciou uma atuação internacional tem buscado avaliações individualizadas, o que, para eles, evitaria “o pior”, mas que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entendeu que o governo Lula (PT) também precisaria arcar com a consequência do que ele vê como uma perseguição política.
“Desde o início da nossa atuação internacional, buscamos evitar o pior, priorizando que as análises sejam aplicadas de forma individualizada, com foco no principal responsável pelos abusos: Alexandre de Moraes. Sanções que muito possivelmente ainda serão preventivas preventivas, sem prejuízo da sua expansão também contra os seus apoiadores diretos”, afirmou.
“No entanto, recentemente, o presidente Trump, corretamente, entendeu que Alexandre de Moraes só pode agir com o respaldo de um establishment político, empresarial e institucional que compactua com sua escalada autoritária. O presidente americano entendeu que esse establishment também precisa arcar com o custo desta aventura”, afirmaram.
A dupla acusa o STF de ter retaliado a decisão dos EUA de restringir a entrada ao país de autoridades estrangeiras que violam a liberdade de expressão com a revogação parcial do Marco Civil da internet.
Eduardo e Paulo chamam de “tarifas-Moraes” a sobretaxa de 50% anunciada nesta quarta por Trump. Eles ainda dizem que esta é uma oportunidade de escolher o caminho da “liberdade, prosperidade e soberania” ou se tornar “uma sociedade controlada e submissa, à semelhança da China, tão admirada pelo STF”.
“Um ataque direto à liberdade de expressão com consequências globais. Enquanto isso, Lula se aprofundou em uma sequência de desastres diplomáticos antiamericanos — com declarações raivosas suas, de ministros e até a primeira-dama, além de aproximações deliberadas com regimes autoritários como China e Irã”, disseram.
Eles afirmam ainda que insistem na expansão do Brics e criticam o ataque dos EUA ao Irã também desenvolvido para que a relação com os americanos piorasse.
Desde fevereiro, Eduardo e Paulo têm atuado por avaliações a Moraes em encontros com autoridades do governo americano e do Congresso e afirmaram ver crescer o apoio a essa hipótese.