A finalização do inquérito da ‘Abin paralela’ foi adiada mais uma vez. A Polícia Federal (PF) ouviu na semana passada de forma simultânea o delegado da PF Luiz Carlos Nóbrega Nelson, chefe de gabinete do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, e o corregedor-geral da agência, o também delegado José Fernando Moraes Chuy.
O inquérito foi aberto no primeiro ano do governo Lula. A investigação apura se a agência foi aparelhada e usada de forma ilegal pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-diretor-geral Alexandre Ramagem (PL-RJ), hoje deputado federal.
A direção-geral está sob suspeita por suposta obstrução de Justiça desde o ano passado. Há um mês atrás Corrêa e o ex-número dois dele, Alessandro Moretti, prestaram depoimento simultaneamente aos investigadores.
A demora na conclusão do inquérito elevou a tensão nos bastidores entre Corrêa e o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues e aumentou a pressão no Governo Lula diante da possibilidade de indiciamento do chefe da Abin, tido como homem de confiança do presidente. A PF já indicou diferentes datas para o fim do inquérito, a primeira delas foi em agosto de 2024. A Abin foi procurada pela Folha de São Paulo, mas não se manifestou.